Polícia Militar, Polícia Militar Rural e IAGRO deflagraram a operação no município de MS
Na manhã desta quarta-feira (11), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou a Operação Marca Fria, em Brasilândia, com o objetivo de combater o crime de abigeato (furto de gado) e adulteração de marcas de identificação bovina.

A ação contou com o apoio da Polícia Militar, Polícia Militar Rural e do IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).
ALVO
A operação teve como alvo o suspeito, de 37 anos, investigado por envolvimento direto no furto de 10 cabeças de gado ocorrido em 12 de abril de 2025, em uma fazenda do município. Os animais foram recuperados dias depois, em 18 de abril, ocasião que deu início à investigação policial.

Durante a apuração, ficou constatado que o suspeito adulterava as marcas originais dos animais com uso de marcador próprio, numa tentativa de despistar compradores e dificultar a identificação por órgãos de fiscalização.
Com base em depoimentos, análises de movimentação de gado na região e outras diligências investigativas, a Polícia Civil representou pela expedição de mandados de busca e apreensão em três propriedades ligadas ao investigado, sendo sua residência, uma fazenda e um sítio.

TENTATIVA DE DESTRUIÇÃO DE PROVAS
Na residência do suspeito, os policiais encontraram R$ 6.800 em dinheiro, celulares, duas armas de fogo (calibres .28 e .22), dezenas de cápsulas, além de uma caminhonete Hilux, que será periciada. Durante a abordagem, o pai do investigado, de 62 anos, quebrou seu próprio celular para eliminar possíveis provas digitais, sendo autuado em flagrante por fraude processual e posse ilegal de arma de fogo. Todos os bens foram apreendidos.
POLICIAIS FORAM AMEAÇADOS
Na fazenda vinculada ao principal suspeito, reagiu à chegada das equipes policiais com ameaças: “Se entrar, eu atiro”, disse aos agentes.

O suspeito foi contido com uso da força necessária, sem ferimentos. No local, foram recolhidos documentos sobre movimentação de gado, cápsulas de munição, uma Fiat Strada, uma motocicleta e registros de transações comerciais, todos encaminhados para perícia.
Durante a inspeção, fiscais do IAGRO identificaram animais sem marcas de origem ou com sinais alterados, o que reforça a tese de que o gado foi obtido de forma ilícita.
IRREGULARIDADES AMBIENTAIS E TRANSPORTE CLANDESTINO


No sítio pertencente ao suspeito, as equipes localizaram documentos de revenda de gado, que serão analisados para identificar possíveis receptadores e rotas do esquema. Também foram apreendidos uma caminhonete Ford F-250, um caminhão Ford F-4000 — este último investigado por participação no transporte dos animais furtados — e uma carcaça bovina com um “cemitério” de ossos descartados irregularmente, caracterizando crime ambiental. O suspeito foi autuado em flagrante também por esse crime.
INVESTIGAÇÕES CONTINUAM

As autoridades seguem analisando os elementos apreendidos, incluindo documentos, eletrônicos e registros de compra e venda, que podem revelar a extensão do esquema e a participação de outros envolvidos.
A Polícia Civil também investiga a possível conexão entre o suspeito preso e outras ocorrências de abigeato registradas na região, que apresentam modus operandi semelhante: furto de gado, adulteração de marcas e transporte clandestino.